segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Telediagnóstico: conheça e transforme sua relação com a saúde

A telemedicina é uma prática que vem ganhando espaço e destaque nos últimos tempos nos mais diversos países. Segundo a American Telemedicine Association (ATA), mais da metade dos hospitais nos Estados Unidos já oferecem serviços de telediagnóstico, uma técnica moderna e eficiente — e que é o assunto deste artigo.

Essa nova tecnologia está transformando a medicina e já se tornou uma tendência nos consultórios, clínicas e hospitais que almejam o melhor para os seus pacientes. Afinal, os recursos tecnológicos são grandes aliados quando o assunto é facilitar o acesso a profissionais da saúde e fornecer diagnósticos precisos, eficientes e sem perder a comodidade. 

Quer descobrir mais sobre o telediagnóstico? Continue a leitura e descubra um pouco mais sobre esse recurso, sua história, objetivos, funções, como ele funciona e principais benefícios.

O que é o Telediagnóstico?

Trata-se de um dos ramos da telemedicina, o qual tem como objetivo a emissão de laudos e avaliação de exames a distância, por meio do tráfego de dados, imagens e gráficos pela internet. Assim, ao contar com recursos tecnológicos é possível fornecer informação e atenção médica aos pacientes e profissionais da saúde, mesmo sem a presença física um do outro. 

O método tem revolucionado o atendimento em consultórios, clínicas e hospitais e permite o contato com especialistas em condições desfavoráveis, como em locais distantes e de difícil acesso para a medicina. Ademais, essa é uma ótima estratégia para otimizar o tempo desses profissionais e reduzir custos, especialmente quanto à locomoção.

Como a telemedicina evoluiu?

Antes da era da internet, a telemedicina acompanhou o desenvolvimento de diferentes tipos de tecnologias ao longo da história.

O princípio

O marco inicial da aplicação da medicina a distância ocorreu no século XIX, quando houve a criação da telegrafia e dados de exames passaram a ser compartilhados para diferentes lugares. 

No final do século, outra evolução marcante ocorreu na história da saúde: os médicos passaram a utilizar o telefone para ter auxílio de outros profissionais e equipes experientes nos trabalhos hospitalares. 

Além de permitir o contato dos mais diversos lugares do mundo, as linhas telefônicas também foram adaptadas para serem utilizadas como rede de transferência de dados. 

A partir daí, exames como o eletrocardiograma (ECG) passaram a ser transmitidos por meio da rede telefônica. Com o passar dos anos, isso passou a ser feito também por meio do fax, o que ajudou a salvar vidas em casos de emergências e em lugares distantes. 

O rádio como aliado

Outra tecnologia que atuou como grande aliada na comunicação a distância na saúde foi o rádio, que também começou a ser utilizado no final do século XIX. Durante a Segunda Guerra Mundial, esse equipamento foi utilizado como método de comunicação entre os hospitais de retaguarda e médicos localizados nas estações costeiras para fornecer o apoio e orientação necessários.

A era audiovisual

Com o surgimento da TV, a comunicação começou a ser audiovisual, o que permitiu o surgimento das videoconferências. Esse recurso, no entanto, só teve um grande avanço após os experimentos da NASA, no ano de 1960, quando os primeiros trabalhos médicos foram compartilhados por meio de vídeo.

A telemedicina foi essencial para que parâmetros fisiológicos como pressão arterial, ritmo respiratório e temperatura corporal de astronautas em órbita fossem monitorados diretamente dos centros espaciais na terra.

O incentivo

Em 1993, quando a telemedicina já tinha passado por um intenso processo de evolução e passou a marcar presença na rotina de trabalho de clínicas e hospitais, foi criado um órgão para incentivar ainda mais o uso desse tipo de tecnologia.

O órgão recebeu o nome de American Telemedicine Association (ATA) e está localizado em Washington, Estados Unidos. Entre suas atividades está o incentivo à utilização dos recursos da telemedicina por meio de seminários e congressos anuais para os associados.

A telemedicina hoje 

Atualmente, com o grande avanço dos meios de comunicação sem fio e a evolução dos smartphones, pesquisas estão sendo realizadas sobre a transmissão de imagens e vídeos por meio desses aparelhos. Assim, a tendência é que a transmissão de dados de exames dos pacientes seja cada vez mais rápida, ágil e eficiente. 

Como funciona a Telemedicina no Brasil?

Os primeiros registros da telemedicina no Brasil aconteceram no início da década de 90, mais especificamente em 1994. Nesse ano, a tecnologia começou a ser utilizada por empresas de saúde para a realização de exames de eletrocardiograma a distância.

Em 1995, surgiu o ECG-FAX, um serviço que proporcionava análise de eletrocardiogramas enviados por meio de fax para outras cidades. No mesmo ano, videoconferências para troca de informações entre redes de hospitais também começaram a ser realizadas. 

No ano de 1996, pacientes cardíacos passaram a ser monitorados em seus domicílios, por meio do ECG-Home e, a partir de 1998, esse exame começou a ser oferecido por meio da internet. Todos os dados e imagens geradas eram armazenadas na rede, o que garantia a sua segurança e agilidade.

Com a criação da empresa TeleSaúde, no Recife, a teleassistência na modalidade homecare — sem sair de casa — cresceu. Em Curitiba, no Hospital Santa Cruz, foi desenvolvido projetos de tele-educação para prevenção de doenças e, no Hospital Sírio-Libanês, em associação ao hospital americano John Hopkins, em Baltimore, foi realizada a primeira telecirurgia no país.

Dias atuais

Nos últimos anos, houve uma grande evolução e as vantagens da telemedicina não param de crescer. Por meio de incentivo governamental, novos equipamentos e núcleos de pesquisa foram instalados em diversas universidades brasileiras para proporcionar ainda mais avanços no ramo.

Hoje, já existem mais de 20 instituições que utilizam a telemedicina no país, entre elas o Conselho Brasileiro de Telemedicina e Telessaúde e a Associação Brasileira de Telemedicina. Porém, diversas tecnologias avançadas estão em fase de testes e só não estão no mercado ainda por causa da burocracia necessária para validação.

A tecnologia é a melhor forma de democratizar o acesso à saúde como um todo — não apenas em questões relacionadas ao diagnóstico e tratamento de doenças, mas também como uma importante ferramenta de monitoramento de condições de saúde, controle de riscos e prevenção de enfermidades.

O esperado é que a telemedicina esteja cada vez mais presente na vida de todos os brasileiros. Para as empresas de saúde, isso significa o aumento da autonomia por proporcionar agilidade e acesso a profissionais especialistas e renomados de todo o país, além da redução de custos, visto que tarefas que antes exigiam grande demanda de tempo agora podem ser automatizadas, o que resulta em melhorias na produtividade de outras atividades mais importantes.

Telessaúde

O Ministério da Saúde lançou, em 2007, o Telessaúde Brasil Redes, com a missão de otimizar o atendimento da população por meio da conexão de profissionais da atenção básica a especialistas vinculados a instituições médicas de referência. 

O programa propicia diversos benefícios, como a inclusão social e digital, diminuição de riscos e agravos para os pacientes, redução de custos com deslocamentos e, o principal, acesso a profissionais da saúde qualificados.

Por meio do telediagnóstico, teleconsultoria em tempo real para segundas opiniões formativas, e a tele-educação, que inclui aulas, cursos e conferências realizadas por meio das tecnologias de comunicação e informação, a rede já conta com mais de 46 núcleos implantados em 23 estados brasileiros. 

De 2008 até 2016 foram realizados mais de 3,4 milhões de telediagnósticos, 2,9 milhões de atividades em tele-educação e 480 mil teleconsultorias. Para os estados que ainda não contam com os núcleos de Telessaúde, as consultorias para médicos e enfermeiros da atenção básica são fornecidas, inclusive, por meio de serviço telefônico gratuito, o famoso 0800.

Qual é a história do telediagnóstico?

Apesar da grande popularidade e destaque nos dias atuais, a história do telediagnóstico é bem mais antiga do que você imagina. Os primeiros casos ocorreram na década de 40, nos Estados Unidos, quando imagens radiográficas foram transmitidas via linha telefônica entre duas cidades americanas na Pensilvânia. Com base nessa primeira experiência, radiologistas canadenses desenvolveram um sistema de telerradiologia que passou a ser utilizada a partir dos anos 50. 

Na Europa, a implementação da transmissão de dados para diagnóstico ocorreu durante a década de 70. Devido ao inverno rigoroso do continente, essa prática passou a ser uma grande aliada, especialmente para o monitoramento de pacientes idosos e com dificuldade de locomoção. 

Com o desenvolvimento de computadores e ampliação da rede de internet, essa tecnologia atingiu patamares avançados e, atualmente, experiências com resultados importantes sobre o telediagnóstico estão sendo realizadas em vários países. 

Um exemplo é o programa implementado no México para identificação de casos de câncer de mama entre mulheres de 50 a 69 anos, que conta com mais de 30 pontos de triagem distribuídos em 11 estados, todos interligados pela internet para interpretação dos dados por especialistas.

Telediagnóstico no Brasil

Embora tenha sido implementado há algum tempo, foi apenas em 2011 que o telediagnóstico começou a receber maiores investimentos no Brasil. Em 2019, o governo federal ampliou o Programa Nacional de Telessaúde, o que permitiu que diversos estados começassem a emitir laudos para diferentes tipos de exames, de acordo com o tipo de demanda.

No Rio Grande do Sul, por exemplo, o foco do telediagnóstico são exames respiratórios, visto a grande ocorrência de problemas pulmonares, como infecções, asma e bronquite, na região.

Tudo isso tem melhorado o atendimento nas unidades de saúde que, a partir desse momento, puderam contar com a opinião de especialistas remotos de forma prática, o que também reduz os custos de todo o serviço em saúde. 

Qual a diferença entre telemedicina e telediagnóstico?

A telemedicina engloba todos os recursos que envolvem comunicação a distância na área da saúde, tanto em promoção e assistência, em atividades de educação e prevenção, quanto no diagnóstico e tratamento de patologias.

Entre as suas diferentes modalidades de serviço está o telediagnóstico. Utilizado para otimizar o processo de emissão de laudos e garantir o acesso a especialistas,essa  ferramenta tem garantido maior conforto, precisão e segurança nos resultados de exames e diagnósticos emitidos.

Para que serve o telediagnóstico? 

O principal objetivo do telediagnóstico é possibilitar o acesso de toda a população a médicos especialistas habilitados em fazer diagnósticos e laudar exames complexos — principalmente aquelas que vivem afastadas dos grandes centros, onde se concentra a maioria dos profissionais da saúde. Com a possibilidade de entrar em contato com médicos online, há maior agilidade na realização de exames, o que, dependendo do caso, é determinante para salvar uma vida. 

No Brasil, um país com dimensões continentais e grande número de comunidades isoladas, especialmente no interior dos estados e em regiões de florestas — locais com extrema escassez de profissionais da área da saúde — o telediagnóstico chegou como uma verdadeira revolução nos cuidados com a população. 

Esse tipo de atendimento já está sendo aplicado com frequência por clínicas e hospitais que, com auxílio de equipes renomadas e instituições de referência, realizam a troca de informações para análise em conjunto, o que é de grande benefício para todos.

Como funciona o diagnóstico online?

O telediagnóstico costuma ser realizado em duas situações principais: em exames feitos em clínicas ou laboratórios distantes do médico especialista que fará a sua análise, ou no ambiente pré-hospitalar, em condições de emergência, que exigem procedimentos rápidos até a chegada do paciente ao pronto-socorro.

Os exames são realizados da forma habitual pela equipe técnica habilitada, com a utilização de equipamento e aparelhos específicos. O que muda, portanto, é a forma com que os dados são analisados — em vez de o profissional estar presente no local, todos os dados produzidos são enviados por meio de uma plataforma de telemedicina para que o laudo possa ser emitido de forma remota. 

Nesse portal, todas as informações são convertidas em arquivos de formato digital e enviadas por um sistema integrado de equipamentos. Assim, o médico especialista recebe os dados clínicos do paciente e imagens em alta resolução para fazer o melhor diagnóstico possível em um curto intervalo de tempo.

O resultado é enviado para o médico que solicitou o exame pela mesma plataforma utilizada para laudar o exame. Esse sistema altamente ágil e eficaz permite que, em caso de resultados críticos que indicam problemas graves, o paciente receba o tratamento adequado o mais rápido possível, o que aumenta as suas chances de recuperação e cura. 

O que diz a legislação? 

No Brasil, o órgão responsável por regulamentar e fiscalizar a telemedicina é o Conselho Federal de Medicina (CFM). Entre as suas resoluções, no entanto, nenhuma trata especificamente sobre o telediagnóstico. O que existe são regras gerais em questões éticas para os médicos na realização desses tipos de procedimentos, entre elas cuidados fundamentais para garantir o sigilo e a segurança das informações dos pacientes nos processos de transmissão e armazenamento de dados. 

O CFM recomenda também que o sistema de informação utilizado seja confiável, para preservar a confidencialidade dos dados médicos do paciente, e que o diagnóstico seja laudado por um médico com Registro de Qualificação de Especialista (RQE) na área do procedimento.

Todas as clínicas e hospitais que realizam o telediagnóstico devem contar com tecnologias qualificadas, regulamentadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e que sigam a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Ademais, entre as permissões na emissão de laudos a distância, está a possibilidade de suporte diagnóstico e terapêutico pelo médico especialista em caso de emergência ou sob solicitação do médico responsável.

A regulamentação da telemedicina no Brasil está passando por uma fase de discussão e adaptação. Em fevereiro de 2019, o CFM publicou novas diretrizes sobre o tema, as quais foram revogadas. A norma que está valendo, portanto, é a Resolução nº 1.643, de 2002, que trata da prestação de serviços por meio da telemedicina, e a Resolução nº 2.107, de 2014, que regulamenta a telerradiologia.

Quais os motivos para confiar em um laudo a distância? 

A internet é, sem dúvidas, uma das melhores formas de se comunicar na atualidade. Na medicina, seu papel é facilitar o contato entre profissionais da saúde e pacientes, além de fornecer apoio clínico ou sanar dúvidas de equipes médicas. 

Além disso, com o telediagnóstico, é possível ter um laudo de exame em mãos para definir o diagnóstico sobre a sua condição de saúde de forma muito mais rápida, precisa e segura. 

Ainda tem dúvidas sobre as vantagens de contar com esse recurso? Na sequência, separamos os 4 principais motivos para confiar em um laudo à distância de olhos fechados.

Segurança dos dados

As legislações exigem: os dados de exames realizados por meio do telediagnóstico devem ser compartilhados e armazenados em segurança, garantindo o sigilo médico. Por isso, você pode ficar tranquilo — empresas de saúde sérias utilizam sistemas informatizados que seguem à risca esses quesitos. 

Nesses softwares, somente pessoas autorizadas e com um login e senha podem acessar as informações contidas, que são os médicos especialistas que vão laudar o exame, o profissional solicitante e, em alguns casos, o paciente. Além disso, todas as informações são criptografadas, o que evita o roubo de dados por terceiros mal-intencionados. 

Quanto ao armazenamento, todos esses dados ficam salvos em um local extremamente seguro: a nuvem, o que diminui os riscos de perdas e danos nos arquivos. Outra vantagem disso é a mobilidade — por meio dessa plataforma, todos os exames podem ser acessados de qualquer hora e de qualquer lugar, a partir de qualquer dispositivo com conexão à internet. 

Agilidade e qualidade do diagnóstico

Uma das maiores vantagens do telediagnóstico é a agilidade na realização de um exame. No passado, o paciente agendava uma data e, após fazê-lo, precisava aguardar dias ou até semanas para obter um resultado e, somente depois disso, podia marcar uma consulta de retorno com o médico solicitante para ter o diagnóstico. 

Com o laudo a distância, as coisas mudaram. Agora, os dados gerados pelos equipamentos podem ser transmitidos em tempo real para que o especialista analise e emita um resultado. Ele pode, inclusive, entrar em contato com a equipe de apoio que está realizando o exame para pedir mais detalhes ou orientar para maior investigação de uma região específica, o que aumenta a qualidade do diagnóstico. 

Além disso, o caminho até a conclusão do exame foi encurtado, o que significa que o paciente pode ser diagnosticado e iniciar o tratamento adequado o quanto o antes, o que é determinante para tratamento e cura em caso de doenças sérias, como o infarto e o câncer

Atendimento por profissionais de diversas especialistas

Esse é um ponto de destaque especialmente para pessoas que não conseguem se consultar com profissionais especialistas devido à distância de suas residências. Muitas delas, inclusive, não tem ao menos a oportunidade de escolher o médico que vai atendê-las, devido à falta de profissionais à disposição. 

Em regiões mais afastadas, como no interior dos estados, a escassez de profissionais especializados é uma realidade constante. A partir da aplicação do telediagnóstico, no entanto, o acesso aos especialistas para emitir resultados e ajudar no diagnóstico está cada vez mais acessível e democrático. 

Economia de recursos

Os gastos com deslocamento dos pacientes até o local onde o exame deve ser realizado são reduzidos significativamente por meio do telediagnóstico. Isso porque, agora, os equipamentos necessários podem ser instalados em qualquer lugar que tenha a infraestrutura mínima para sua realização. Assim, você não vai mais precisar se deslocar para os grandes centros para ter um diagnóstico. 

Então, que tal marcar uma consulta online para fazer um check-up geral das suas condições de saúde? Prevenção nunca é demais e, agora, com todas essas facilidades, ficou muito mais fácil ter um diagnóstico seguro, preciso e de qualidade. 

O telediagnóstico chegou para provocar mudanças muito positivas na medicina. Por meio de equipamentos e sistemas adequados, além da boa conexão à internet, esse novo recurso está ajudando a quebrar os limites físicos que dificultavam o atendimento em saúde.

De forma gradual, o telediagnóstico está avançando e beneficiando um número cada vez maior de pessoas, as quais podem receber um atendimento de qualidade mesmo a distância e, assim, desfrutar de melhorias em qualidade de vida. 

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